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  • Foto do escritorTiãozinho Safrater

Respingos históricos da SAFRATER

história parte 1

Abaixo da esquerda para a direita: Odair, Regis e Agenor. (Década de 70)


Como é possível contar uma História de 50 anos, repleta de sonhos, projetos, desafios e esforços incomensuráveis de trabalhadores na ajuda ao próximo em apenas algumas linhas, sem deixar passar fatos importantes e personagens fundamentais? Sintetizar o que as lembranças trazem e deixar o coração grafar o que vem foi a nossa escolha. Nas próximas edições você vai acompanhar e relato pessoal de personagens que fizeram essa história e que trazem suas memórias de forma singela e que nos inspiram profundamente. Alguns nomes podem parecer desconhecidos para muitos, mas encare-os como pessoas muito próximas, como tios e tias amorosos que nos trazem as melhores lembranças. Quem começa nos introduzindo essa história é Regis Lang, um dos fundadores da Casa do Caminho e atual Presidente. Juntamente com outros importantes nomes, que aparecem nessas linhas e que estarão nas próximas edições do nosso jornal, vamos conhecer um pouco mais desses amigos que fizeram e fazem essa linda história com muita dedicação e amor.

É só fechar os olhos e lembrar, os anos retrocedem rapidamente e chegamos a 1972. Estávamos reunidos para escolher o nome para a Assistência Social da Casa do Caminho. O Agenor sugeriu o nome Sociedade de Amparo Fraterno e todos apoiaram. Um ideal nos animava, colocar em prática o ensinamento de Jesus relativo à assistência a nosso irmão que a miséria exclui as necessidades básicas à vida.


Cinquenta anos se passaram e somos tomados pela emoção de recordar das pessoas que convivemos. Alguns amigos hoje são nossos mentores espirituais e as crianças assistidas são hoje pais e avós. São companheiros de uma viagem magnífica, que nos eleva cada vez mais. Os espíritos que estão conosco nesta longa jornada são tão humildes que não revelam seu nome. Identificamos uns poucos: Itaporã, Tiãozinho, Sheila, Bezerra de Menezes. A presença deles é tão sutil que, às vezes, a intervenção chega a ser gritante Como engrandecer a todos? Trabalhando mais, amando mais, nos entendendo mais e nos ajudando mais uns aos outros. Deixem que levante um pouco mais a cortina e revele uma parte dessa História.


A Safrater foi criada em 29 de julho de 1972, nove meses depois do Grupo Espírita Casa do Caminho (GECC). O GECC sublocava o imóvel onde realizava suas reuniões doutrinárias para mais três Grupos Espíritas. Os voluntários que trabalhavam na Safrater provinham do GECC e também destes três grupos.

As primeiras famílias assistidas pela Safrater foram trazidas da Casa Transitória, que é o Departamento de Assistência Social da FEESP, porque residiam na Zona Sul de São Paulo. Estas famílias eram atendidas aos sábados pela manhã e participavam de um Evangelho. Eram orientadas relativamente à saúde, relações familiares, educação e recebiam uma cesta de alimentos.


Realizamos uma pesquisa e constatamos que a maioria das famílias provinha da Vila Campestre, localizada no Jabaquara. Para melhor assistí-las procuramos um local naquela região. Conseguimos primeiro uma garagem cedida e depois alugamos uma casa. Dessa forma pudemos expandir o atendimento para mais dias da semana e para mais famílias.


Na segunda metade da década de 70 os Grupos Espíritas que desenvolviam suas reuniões na Rua Estado de Israel desejavam expandir suas atividades, e foram mudando para outros endereços. O GECC tornou-se o único esteio da Safrater. Realizada uma Assembleia Geral decidiu-se mudar o nome para Sociedade de Amparo Fraterno Casa do Caminho - Safrater.


No final da década, por ocasião da avaliação que realizamos do nosso trabalho, concluiu-se que o trabalho assistencial que executávamos não libertava as famílias do círculo de pobreza em que viviam. Como havia no município um grande interesse social por creche e considerávamos que este equipamento propiciaria promoção social das famílias, iniciamos a procura de um terreno onde pudessemos construir nossa creche. Após percorrermos a pé a região por várias semanas, finalmente encontramos um terreno e, após o esforço do levantamento de recursos, conseguimos comprá-lo.

No dia do lançamento da pedra fundamental, Dona Regina deu uma manifestação psicofônica do Tiãozinho no capinzal que havia no terreno. No encerramento das reuniões de Desobsessão do GECC, por intermédio de Dona Regina, Tiãozinho se manifestava relembrando aos Tios e Tias o compromisso com a construção da creche. Novamente corremos atrás dos recursos, pois a cada laje da obra que a empreiteira entregava, necessitávamos pagar o que o contrato estipulava. Rifas, eventos e doações de material foram nossa principal demanda.


Finalmente, em dezembro de 1982, inauguramos a creche, e a reunião para definição de um nome durou apenas alguns minutos - Creche Tiãozinho era a escolha natural. Durante a construção havíamos aplainado o terreno do vizinho ao nosso, colocando uma cerca na sua frente. A empreiteira levantou um barracaão onde colocava seus equipamentos. Concluída a construção, procuramos o proprietário deste terreno para comprá-lo. O proprietário estabeleceu um preço e procuramos levantar a importância em uma série de eventos. Quando estávamos próximos do valor solicitado, procuramo-lo e ele aumentou o preço. E assim a majoração do valor por várias vezes. Como o terreno estava limpo e cercado, um invasor tomou posse da área e montou uma oficina de funilaria de automóveis.



Antiga fachada da Creche Tiãozinho


O Sr. Milton telefonou para o proprietário e este logo fechou o negócio com a condição que nos entendêssemos com o invasor.

Neste terreno foram construídas uma quadra poliesportiva e a ampliação do refeitório das crianças. Os jovens da vizinhança pediam para jogar futebol na quadra, e o Massao permitia. Mas quando os ânimos se exaltavam… ele suspendia o jogo.


Em 1989, a Safrater enfrentou sérias dificuldades financeiras. Em reunião, Odair e Daniel, ao quadro da crise, apresentaram a seguinte pergunta: ou fechamos a Safrater, ou todos nos unimos para cooperar e soerguê-la. Todos se desdobraram na captação de recursos e nas atividades assistenciais. Com muito esforço, a crise foi superada e deu-se maior integração das assistências social e espiritual. Queríamos contar um pouco da História da Safrater, e já falamos de quase três décadas. É parte de nossas vidas. Quantas horas convivemos na Evangelização das crianças e nas visitas domiciliares subíamos e descíamos as ruas procurando endereços. Líamos as mensagens de Daniel postadas por ele de madrugada, víamos o Alcides carregando material didático na sua velha perua Belina, e olhávamos o Gustavo dando pirulitos para as crianças e as mães também pedindo.


Bem, vamos deixar que outros escrevam também, pois cada um conta melhor os fatos que viveu nesses cinquenta anos.

Obrigado aos nossos Presidentes: Agenor Mello Pegado, Odair Cretella de Oliveira, Milton de Medeiros, Massao Fujino, Maria Aparecida Valente, Daniel Martins Sanches. Obrigado a todos os trabalhadores voluntários e aos colaboradores assalariados. Nossa imensa gratidão a Itaporã, aos mentores espirituais, a Jesus nosso Divino Mestre e a Deus Senhor da Vida.

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