O ENVELHECIMENTO POPULACIONAL NO MUNDO E OS DESAFIOS DESSE FENÔMENO
- Tiãozinho Safrater
- 26 de mar.
- 4 min de leitura
NCI - Especial

Diversos são os fatores que contribuem para esse envelhecimento populacional, dentre eles destaca-se a expectativa média de vida brasileira, que aumentou significativamente nos últimos anos, estando em uma média atual de 76,7 anos.
Os fatores que explicam o envelhecimento populacional estão ligados à queda da fecundidade e da taxa de mortalidade bem como ao aumento da expetativa média de vida das pessoas. Melhorias na saúde e qualidade de vida são fatores determinantes desse processo, e isso gera impactos positivos, quanto à média de vida das pessoas, e negativos, quanto aos efeitos na economia de um país. O mundo vive essa perspectiva e realidade de crescimento da taxa de envelhecimento da população, e no Brasil esse aspecto não é diferente, o que se deve analisar em paralelo a essa realidade é o gradativo aumento de população. Na Europa, a população envelheceu e não se renovou, sendo um assunto de relevância social para o continente.
Fatores que explicam o envelhecimento populacional O envelhecimento populacional é um fenômeno que tem ocorrido em escala global. Ao contrário do que muitos pensam, ele é resultado do declínio da taxa de fecundidade e não especificamente do declínio da taxa de mortalidade. Para que uma população envelheça, é necessário ter-se maior população idosa, e para isso, o número de nascimentos precisa diminuir-se, configurando uma diminuição na taxa de fecundidade.
Diversos são os fatores que contribuem para esse envelhecimento populacional, dentre eles destaca-se a expectativa média de vida brasileira, que aumentou significativamente nos últimos anos, estando em uma média atual de 76,7 anos. Fatores como acesso à saúde (ou melhores condições médico-sanitárias) e qualidade de vida também contribuem para esse processo, bem como o aumento da renda e o acesso à informação e educação.
A soma desses elementos sociais gera um melhor envelhecimento, considerando-se que a população saberá cuidar-se mais e terá mais acesso aos bens e serviços necessários a esse envelhecimento bom e saudável. Isso tudo aliado a políticas públicas (como de seguridade social, aposentadoria, aumento significativo do salário mínimo, velhice assistida, saúde do idoso etc.) gera um envelhecimento duradouro e saudável, experimentado recentemente pela sociedade brasileira.

Impactos e consequências
O envelhecimento da população, no Brasil ou no Mundo, traz diversas consequências. Essas consequências nem sempre são positivas, apesar de que ter uma população idosa significa melhorias nas condições políticas e sociais de um país.
O envelhecimento aumenta diretamente as demandas sociais e econômicas de um país e afeta a política previdenciária, que toma conta de fatores como:
assistência social ao idoso e aposentadoria;
idade mínima para aposentar;
proteção social, entre outros.
Quando se trata dessas políticas, deve-se considerar demandas específicas a essa parcela da população, como o lazer, que, apesar de ser algo simples, demanda investimento.
Frente a todas essas demandas, percebe-se que há a necessidade de fortes investimentos econômicos e políticos na criação de leis de amparo à população idosa. Esses fatores podem ser um problema a ser enfrentado pelo país ao considerar a equação entre sua população e a geração de riqueza, pois existem países com um número alto de população idosa e um número baixo de população econômica ativa (PEA), que gera riqueza e receita para a manutenção da sociedade.
Envelhecimento populacional no mundo
O envelhecimento da população mundial é uma realidade presente desde o século XIX. Atualmente essa onda está sendo mais forte nos países subdesenvolvidos, principalmente após a metade do século XX, por volta de 1960, quando foi observado que os países mais pobres estavam experimentando o declínio das taxas de fecundidade e natalidade e o aumento da expectativa média de vida e qualidade de vida de sua população.
O fenômeno do envelhecimento é relativamente novo a todos os países, sendo experimentado primeiro nos chamados países desenvolvidos, entre meados dos séculos XIX e XX. A principal razão associada a esse drástico declínio é a elevação do nível de vida da população, traduzida por:
urbanização adequada das cidades;
melhoria nutricional;
elevação dos níveis de higiene pessoal;
melhores condições sanitárias em geral, e, particularmente, condições ambientais no trabalho e nas residências muito melhores que antes.
No caso de países mais pobres ou subdesenvolvidos, essa realidade é mais atual, sendo que a maior parte desses países só pôde vivenciar tal fenômeno a partir da década de 1960, como mostra a tabela a seguir:
Expectativa média de vida dos países subdesenvolvidos

O aumento da população brasileira, aliado à queda na taxa de mortalidade, fez com que a população absoluta do Brasil aumentasse bastante de 1970 em diante. Desde então é visto um aumento no número de idosos no país.
Há aumento nas taxas de fecundidade e natalidade, com significativo aumento na expectativa média de vida; e o número de idosos mais que triplica, revelando melhorias nas políticas sociais, na qualidade de vida, na assistência social e no melhor acesso à educação, saúde e renda. Aspectos como IDH brasileiro saltam, dando melhores condições de vida à população.
Desafios
Saúde: É fundamental garantir o acesso à saúde de qualidade para a população idosa, com foco na prevenção de doenças crônicas, tratamento adequado e cuidados de longo prazo.
Acessibilidade: Cidades e edifícios precisam ser adaptados para atender às necessidades de pessoas com mobilidade reduzida, com rampas, elevadores, calçadas adequadas, sinalização clara, entre outros.
Inclusão social: É importante combater o preconceito e o isolamento social, promovendo a participação dos idosos em atividades culturais, esportivas, de lazer e comunitárias. Previdência: O sistema previdenciário precisa ser sustentável para garantir o pagamento de aposentadorias e benefícios aos idosos, levando em conta o aumento da longevidade e a diminuição da natalidade.

Soluções
Políticas públicas: É preciso criar políticas públicas que atendam às necessidades da população idosa, com investimentos em saúde, assistência social, transporte, habitação, lazer e cultura.
Parcerias: A colaboração entre governo, empresas, organizações da sociedade civil e universidades é fundamental para encontrar soluções inovadoras e eficazes para os desafios do envelhecimento.
Tecnologia: A tecnologia pode ser uma aliada na promoção da saúde, bem-estar e inclusão social dos idosos, com aplicativos, dispositivos e plataformas que facilitam o acesso a serviços, a comunicação e a interação social.
Empoderamento: É importante valorizar o protagonismo dos idosos, incentivando sua participação na sociedade, no mercado de trabalho, na política e em outras áreas.
O envelhecimento da população é um fenômeno que exige um olhar atento e ações coordenadas de todos os setores da sociedade. Ao investir na qualidade de vida dos idosos, estamos construindo um futuro mais justo, inclusivo e sustentável para todos.
IDH - Para entender a importância desse índice

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