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No mês de novembro os beneficiários do MOVA tiveram uma sessão de cinema muito especial e construtiva. Foi exibido o longa “Mussum, o filmis”.
O filme baseia-se no livro Mussum – uma História de Humor e Samba, de Juliano Barreto, que coordena o roteiro. Também já existe na Netflix o documentário Mussum, um Filme do Cacildis (2019), de Susanna Lira, com narração de Lázaro Ramos e trilha de Pretinho da Serrinha.
O que o diretor Silvio Guindane faz é reunir um elenco majoritariamente negro e contar uma história que une no mesmo sofá muita gente que já sabe dela e muita gente que não. A importância da família, a busca do conhecimento como fonte de poder de escolha no trabalho e na vida, o enfrentamento dos preconceitos.
Foram sete anos de projeto até chegar às telas. Mussum, o Filmis resgata todos os passos que levaram o menino da Cachoeirinha para a escola, à Mangueira, ao ofício de ajustador mecânico, à Aeronáutica, aos Originais do Samba à televisão e à eternidade. Num tempo em que se faziam piadas hoje inimagináveis em qualquer programa de humor. O próprio Renato Aragão, em diversas entrevistas concedidas nos últimos anos, admite que o mundo mudou para melhor. E que não há mais espaço para piada que humilha pessoas. “Não há mais espaço para humilhar negro, pobre, nordestino, feio e gordo. É até covardia. Porque o outro não tem como se defender.”
Nesse sentido, a contribuição do “pretagonista” Mussum é contundente. Pois mesmo com o intuito de fazer rir, sempre deixava claro que criolo e macaco é “sua mãe”. “E negão é seu passadis!”

Segundo Guindane, Mussum, o Filmis, mais do quebiografia, tenta se firmar como um enredo comum a milhões de brasileiros. Do início difícil na escola de brancos, com a mãe decretando que o filho precisa se impor e ser o melhor, porque ele não é menor do que ninguém. Ao sambista e humorista consagrado que se dirige aos meninos e meninas atendidos pelo projeto Mangueira do Futuro. “Ninguém pode apagar o sonho de vocês. Vocês podem tudis. Porque burro preto tá cheio por aí. Mas preto burro não dá”, repete ele, usando o mantra de dona Malvina.
Para os beneficiários foi uma experiência muito rica, uma reflexão poderosa sobre a importância dos estudos e a diferença que isso traz na sociedade.
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