Programa Jovem Aprendiz - PJA
A visita ao Memorial da Carandiru ocorreu nos dias 24 e 26 de abril foi uma experiência profundamente impactante e reflexiva. Localizado no antigo complexo penitenciário do Carandiru em São Paulo, o memorial foi criado para lembrar e homenagear as vítimas do massacre de 1992, quando uma operação policial resultou na morte de 111 detentos.
O Espaço Memória Carandiru tem como objetivo salvaguardar a memória dos moradores do antigo Complexo Penitenciário Carandiru. Avenida Cruzeiro do Sul, 2630 Prédio I – Santana.
Ao entrar no Memorial, somos convidados a imersão na história do presídio, desde sua construção até seu trágico fim. Há exposições que retratam a vida dos detentos, as condições precárias do sistema prisional brasileiro e os eventos que levaram ao massacre. Fotografias, documentos e objetos pessoais dos detentos ajudam a dar vida e narrar essa história.
“O ponto mais marcante da visita foi a reprodução das celas (Solitárias) onde os visitantes podem sentir a claustrofobia e a desumanidade do ambiente em que os presos viviam. Há também espaços dedicados à reflexão e à memória das vítimas, com depoimentos de familiares e sobreviventes.” (Thiago Francilio)
A visita ao Memorial da Carandiru é uma oportunidade não apenas de aprender sobre um dos episódios mais sombrios da história do sistema prisional brasileiro, mas também de refletir sobre questões mais amplas relacionadas à justiça, aos direitos humanos e à violência institucional. É uma experiência que provoca emoções fortes e convida à reflexão sobre o passado e o presente da sociedade brasileira.
Por que se lembrar do Carandiru?
A existência do Memorial do Carandiru é o reflexo de um lado da nossa sociedade que não pode ser esquecido. Dar voz a essas memórias dolorosas, dar nomes aos jovens desarmados do pavilhão 9 que foram mortos antes mesmo de serem julgados, é uma maneira de contextualizar e nos fazer lembrar sempre que o que ocorreu em 1992, pode acontecer novamente.
Os homens, mulheres trans e travestis que foram mortos naquele dia não podem mais falar por si, mas a parte deles que foi preservada no Memorial, nos mostra que muitas vezes o crime é a única opção para sobrevivência, e que uma penitenciária deveria ser uma oportunidade de vida digna e readequação para muitas pessoas que perderam seu rumo.
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