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TN: Camila, você alcançou um objetivo buscado por muitos: adentrar em uma das maiores universidades da América Latina, a USP. Você sempre almejou o ingresso no ensino superior público ou esse era um desejo secundário que se tornou realidade? Que dificuldades você encontrou pelo caminho?
Camila: Sempre fui incentivada pela minha família a ter um ensino superior, mas a vontade de fazer parte da USP veio no meu ensino médio, do qual deparei com valores de faculdades particulares que eu não poderia arcar, então corri atrás de um ensino de qualidade e público. Minhas maiores dificuldades foram o ensino básico público atual, pois para realizar os vestibulares tive que aprender muita coisa por conta própria, coisas que não são passadas ao aluno da rede pública. Outra dificuldade foi o tempo, como trabalhava muitas vezes não tinha tempo para estudar à parte, então dediquei meus sábados das 8h às 18h em um cursinho popular gratuito na USP, outro incentivo para eu querer a melhor universidade da América Latina.
TN: Como foi a sua preparação para as provas do vestibular? Qual dica de ouro você deixa para quem almeja adentrar em uma universidade pública?
Minha preparação era baseada em:
• Cursinho aos sábados,
• Simulados a cada 3 meses e
• Redação semanalmente (quando tinha tempo realizava exercícios).
• Jornal diariamente.
• Podcast de matérias como: história; geografia e português.
• Resumos de leituras
Sempre tenha um apoio profissional. Vejo muitas pessoas desistindo porque estudam totalmente por conta própria sem um suporte, que no caso pode ser um dia de cursinho (deixe esse dia para tirar todas as dúvidas), ou até mesmo com aquela professora do ensino médio, pois isso humaniza o estudo e não fica tão robótico.
TN: A trajetória da sua formação educacional básica foi traçada majoritariamente na escola pública, como você sonha a escola pública ideal, como direito básico do cidadão?
Camila: Uma escola com gestão humanizada, com olhar humanizado. Vivemos em uma gestão que sequer sabe como é a vida do estudante realmente, que aumenta horas escolares e retira matérias que tornam o estudante um cidadão não pensante, alavancando cada vez mais a desistência no ensino médio.
Então uma escola ideal é aquela na qual o professor deve atuar com sua própria didática, com um material e conteúdo coerentes com a idade escolar e o que é cobrado nos vestibulares. E, acima de tudo, acolher o jovem e incentivá-lo a projetos e esportes. Sinto falta dessa preparação nas escolas, não reprovam o aluno, mas também não oferecem suporte e incentivo para ele.
TN: Paralelo aos seus estudos tradicionais, você frequentou as atividades da Safrater, especificamente, as atividades ofertadas pelo CEDESP. Você considera que elas foram importantes no seu percurso formativo?
Sim, pois foi em uma fase da minha vida essencial para iniciar esse questionamento de como posso agir para ter o que almejo. Me fez querer entrar em uma faculdade e realizar mais projetos, estar dentro de um local que te incentiva é essencial nesse processo de amadurecimento e reconhecimento de objetivos.
Que atividades no CEDESP ficaram marcadas em sua memória? E por quê?
Atividades de administração e convívio social e no ambiente de trabalho, ambos me auxiliaram no processo de rotina e administração de estudos junto com discussões sobre futuro! Foram essenciais para eu amadurecer meu pensamento e querer coisas maiores para mim.
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